quarta-feira, 7 de setembro de 2011

FILOSOFIA DA FILOSOFIA

FILOSOFIA DA FILOSOFIA

I – Significado da Filosofia

     Filosofia é um corpo de conhecimento, constituído a partir de um esforço que o ser humano vem fazendo de compreender o seu mundo e dar-lhe um sentido, um significado compreensivo. Corpo de conhecimentos, em filosofia, significa um conjunto coerente e organizado de entendimentos sobre a realidade. Conhecimentos estes que expressam o entendimento que se tem do mundo a partir de desejos, anseios e aspirações. Assim podemos dizer que a filosofia cria o ideário que norteia a vida humana em todos os seus momentos e em todos os seus processos.
     Neste sentido, a filosofia é uma força, é o sustentáculo de um modo de agir. É uma arma na luta pela emancipação humana. 
    Em síntese, a filosofia é uma forma de conhecimento que interpretando o mundo, cria uma concepção coerente e sistêmica que possibilita uma forma de ação efetiva. Esta forma de compreender o mundo tanto é condicionada pelo meio histórico como também é seu condicionante. Ao mesmo tempo é uma interpretação do mundo, é uma força de ação.
II – Aplicações da Filosofia da Educação

     A educação dentro de uma sociedade não se manifesta como um fim em si mesmo, mas sim como um instrumento de manutenção ou transformação social. Assim sendo, ela necessita de pressupostos, de conceitos que fundamentem e orientem os seus caminhos.
     A filosofia fornece à educação uma reflexão sobre a sociedade na qual está situada, sobre o educando, o educador e para onde esses sujeitos podem caminhar.
     O educando, quem é, o que deve ser, qual o seu papel no mundo; o educador, quem é, qual o seu papel no mundo; a sociedade, o que é, o que pretende; qual deve ser a finalidade da ação pedagógica. Esses são alguns problemas que exigem a reflexão filosófica.
     A filosofia propõe questionar, a interpretação do mundo que temos, procura buscar novos sentidos e novas interpretações de acordo com os novos anseios que possam ser detectados no seio da vida humana.
III – Educação como Transformação da Sociedade

     Não há uma pedagogia que esteja isenta de pressupostos filosóficos. É possível compreender a educação dentro da sociedade, com seus determinantes e condicionantes, mas com a possibilidade de trabalhar pela sua democratização.
     Para tanto, importa interpretar a educação como uma instância dialética, que serve a um projeto, a um modelo, a um ideal de sociedade. Ela trabalha para realizar esse projeto na prática. Assim, se o projeto for conservador, medeia a conservação, contudo se o projeto for transformador, medeia a transformação; se o projeto for autoritário, medeia a realização do autoritarismo; se o projeto for democrático, medeia a realização da democracia.
     Do ponto de vista prático trata-se de retomar vigorosamente a luta contra a seletividade, a discriminação e o rebaixamento do ensino das camadas populares. Lutar contra a marginalidade, através da escola, significa engajar-se no esforço para garantir aos sujeitos um ensino da melhor qualidade possível nas condições históricas atuais. O papel de uma teoria crítica da educação é dar subsídio concreto a essa bandeira de luta, de modo a evitar que ela seja apropriada e articulada com os interesses dominantes?(in Saviani)
     A educação como transformadora da sociedade recusa-se tanto ao otimismo ilusório, quanto ao pessimismo imobilizador. Por isso, propõe-se compreender a educação dentro dos seus condicionantes e agir estrategicamente para a sua formação. Propõe-se desvendar e utilizar das próprias contradições da sociedade, para trabalhar criticamente pela sua transformação.
  
      Quando não pensamos, somos pensados e dirigidos por outros.


       

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