segunda-feira, 14 de novembro de 2011

MATERIALISMO HISTÓRICO

     O Materialismo Histórico, segundo Marx, é essencialmente baseado no conceito de “consciência de classe”, que segundo os marxistas, surgiu com o proletariado da revolução industrial. Antes do proletariado, segundo Marx, não existia a “consciência de classe”.
     Assim, o verdadeiro e único “sujeito da História”, isto é, o verdadeiro protagonista da História, é a “consciência de classe”. Quando o proletariado ganha consciência de si como classe, assume então a responsabilidade de transformar a sociedade capitalista em sociedade sem classes.
     Segundo Marx, só o proletariado teria uma “consciência de classe”, e a burguesia não a poderia ter senão como sendo uma “falsa consciência de classe”, porque a burguesia teria a consciência da contradição irresolúvel da sociedade capitalista, mas nada poderia fazer para a eliminar. Portanto, só com o surgimento do proletariado se passou a poder compreender totalmente a História, e passou a ser possível resolver os conflitos históricos.Até aqui, a teoria parece ter alguma lógica, mas a estória não fica por aqui.
     Contudo, Marx defendeu a ideia de que a realização da verdadeira “consciência de classe” do proletariado é o desaparecimento, por via dialéctica, do próprio proletariado, isto é, a tarefa do proletariado é acabar com a sua condição de proletariado, levando até ao fim a sua luta de classe.
     Quando Marx nega à burguesia a consciência de classe, o que faz é constatar a impossibilidade da burguesia em determinar o curso da História. Para Marx, o curso da História só poderia ser determinado pela “consciência de classe”, e portanto, o proletariado é, por isso, o único protagonista histórico.
       Contudo, se a realização plena da “consciência de classe” significa o fim do proletariado, e significa, consequentemente, o fim da própria “consciência de classe”, o conceito de “consciência de classe” que fundamenta o Materialismo Histórico significa o fim da própria História, isto é, a visão histórica do Marxismo assenta na impossibilidade prévia dessa mesma visão histórica!


KARL MAX


     O alemão Karl Marx (1818-1883) desenvolveu a teoria socialista partindo da análise crítica e científica do capitalismo. Ele não se preocupava em pensar como seria uma sociedade ideal, mas sim, preocupava-se em compreender a dinâmica do capitalismo, e para tal, estudou a fundo suas origens, a acumulação de capital, a consolidação da produção e suas contradições (que inevitavelmente, esse sistema seria destruído por si só - em sua dinâmica evolutiva geraria elementos que acabaria por destruí-lo).
     Nos princípios básicos que fundamentaram o socialismo marxista podem ser sintetizados em três teorias centrais: a teoria da mais-valia, onde se demonstrava a maneira pelo qual o trabalhador é explorado na produção capitalista; a teoria da luta das classes, onde se afirma que a história da sociedade humana é a história da luta das classes ou do conflito permanente entre exploradores e explorados; e, finalmente, a teoria do materialismo histórico.
    Marx dedicou-se a um estudo intensivo da história, e criou uma teoria que veio a ser conhecida como a concepção materialista da história, que foi exposta num trabalho em que esboça a história dos vários modos de produção, prevendo o colapso do modo de produção vigente - o capitalismo. O materialismo histórico é uma teoria sobre toda e qualquer forma produtiva criada pelo homem de acordo com seu ambiente ao longo do tempo, onde se evidencia que os acontecimentos históricos são determinados pelas condições materiais (econômicas) da sociedade. Dentre as idéias do materialismo histórico, relevam-se as questões das forças produtivas e relações de produção.
    Marx afirmou que a estrutura de uma sociedade depende da forma como os homens organizam a produção social de bens. A produção social, segundo ele, engloba dois fatores básicos: as forças produtivas e as relações de produção. As forças produtivas constituem as condições materiais de toda a produção. Representam as matérias primas, os instrumentos, as técnicas de trabalho e até os próprios homens. Reconhece-se o grau de desenvolvimento das forças produtivas de uma nação a partir do aperfeiçoamento da divisão do trabalho. As relações de produção são a forma pelas quais os homens se organizam para executar a atividade produtiva. Elas se referem às diversas maneiras pelas quais são apropriados e distribuídos os elementos envolvidos no processo de trabalho. Assim, as relações de produção podem ser cooperativistas (como um mutirão), escravistas (como na antiguidade), servis (como na Europa feudal) e capitalistas (como na indústria moderna).
     Forças produtivas e relações de produção são condições naturais e históricas de toda a atividade produtiva que ocorre em sociedade. A forma pela qual ambas existem e são reproduzidas numa determinada sociedade constitui o que Marx determinou de modo de produção. Para ele, o estudo deste é muito importante para a compreensão de como se organiza a sociedade.

DIALÉTICA NA VISÃO DE SOCRÁTES, PLATÃO, ARISTÓTELES E HEGEL

     A dialética é, propriamente falando, a arte de discutir. A arte do diálogo. Como, porém, não discutimos só com os outros, mas também conosco próprios, ela acaba sendo considerada o método filosófico por excelência. Entre os gregos, chamava-se ainda dialética à arte de separar, distinguir as coisas em gêneros e espécies, classificar idéias para poder discuti-las melhor.
     Com o passar do tempo o termo evolui para um sentido mais preciso, designando "uma discussão de algum modo institucionalizada, organizando-se habitualmente em presença de um público que acompanha o debate – como uma espécie de concurso entre dois interlocutores que defendem duas teses contraditórias. 
     A dialética eleva-se, então, ao nível de uma arte, arte de triunfar sobre o adversário, de refutar as suas afirmações ou de o convencer!.
     Sócrates inaugura uma nova dialética, que compreende duas partes: a ironia e a maiêutica. Na ironia ou refutação da pseudociência e  procurava confundir o interlocutor acerca do conhecimento que este tinha das coisas. Posteriormente, fazia-o penetrar em novas idéias.        
    Dizia que seu método consistia em parir idéias, à semelhança de sua mãe, que paria crianças
     Para Platão, a dialética é o movimento do espírito que marcha para a verdade, movimento cujo símbolo ele deu na célebre alegoria da caverna.
     Na classificação de Aristóteles, "a dialética pertence às ciências poéticas e não à lógica".

     O ponto central da filosofia de Hegel (1770-1831) encontra-se na dialética da idéia. Parte da Tese - Ser, pura potencialidade, o qual deve se manifestar na realidade através da Antítese - Não-Ser. Na contradição entre tese e antítese surge a Síntese - Vir-a-Ser. Esse raciocínio é aplicado tanto à aquisição de conhecimento quanto à explicação dos processos históricos e políticos. Para ele, a verdadeira ciência do pensamento coincide com a ciência do ser.

     Enquanto Platão nos fazia desviar os olhos do mundo das sombras para concentrá-los na contemplação do invisível, Hegel nos ensinava a suportar a morte, a separação. Dizia: "o espírito só conquista a sua verdade encontrando a si próprio e na dilaceração absoluta". "Para Platão, quando o homem compreende que o mundo das sombras não é ou é falso, procura desviar-se deste mundo e colocar-se na via certa, orientar seus olhos para a visão da idéia; ao passo que em Hegel não se trata simplesmente de substituir um desvio pela via certa, e sim de suportar o desvio, porque só então se alcança aquele ‘certo’ em toda a sua plenitude". 






sexta-feira, 28 de outubro de 2011

CARACTERÍSTICAS DA SOCIEDADE CAPITALISTA

   


 CARACTERÍSTICAS DA SOCIEDADE CAPITALISTA


Uma das características mais marcantes do sistema capitalista é a distinção entre duas classes sociais, no qual uma é composta por uma restrita parcela da população, denominados de burguesia, donos de empresas e os meios de produção, a outra é composta pela maioria trabalhadora que vende sua força de trabalho para o capitalista.


O consumismo é uma característica da sociedade contemporânea que produz impactos preocupantes sobre o ambiente natural e construído. A sociedade capitalista industrial criou o mito do consumo como sinônimo de bem-estar e meta prioritária do processo civilizatório. A capacidade aquisitiva vai, gradualmente, se transformando em medida para valorizar os indivíduos e fonte de prestígio social. 


O impacto do capitalismo selvagem sobre as famílias mais frágeis da pirâmide social.
Mas o sistema capitalista gera uma série de problemas que atingem o homem e também a natureza, com destaque para as divergências entre os donos dos meios de produção e o trabalho (proletário), destruição do meio ambiente, pois para a obtenção de mercadorias é 
preciso retirar recursos naturais, e depois seus dejetos são lançados na natureza.

domingo, 2 de outubro de 2011

CARACTERÍSTICAS DA PEDAGOGIA TRADICIONAL




CARACTERÍSTICAS DA PEDAGOGIA TRADICIONAL

 
     Escolas tradicionais que tratavam o aluno como objeto que deve ser treinado pelos moldes comportamentalistas, estudado pelos behavioristas.


     O papel da escola é o de transmitir os conhecimentos acumulados pela humanidade. A escola tem a intenção de conduzir o aluno até o contato com as grandes realizações da humanidade - aquisições plenamente elaborados. Esta escola realça os modelos em todos os campos do saber. O professor é o responsável pela transmissão dos conteúdos, é o centro do processo educativo.
     O professor, deve, portanto, ter domínio dos conteúdos fundamentais e ser bem preparado para a transmissão do acervo cultural. 
                                      
     A transferência da aprendizagem depende do treino, sendo imprescindível a retenção, a memorização, para que o aluno responda a situações novas de forma semelhante às situações anteriores. Em resumo, pode-se afirmar que nesta pedagogia há uma redução do processo educativo a, exclusivamente, uma de suas dimensões: a dimensão do saber.
                                                


Escola tradicional


Como funciona: Na pedagogia tradicional o professor é a figura central. Ele ensina as matérias de maneira sistematizada e o aluno absorve esses conhecimentos como se fosse uma "tabula rasa". Apesar de vigorar em muitas escolas, essa prática se instituiu por "inércia da burocracia e do cotidiano escolar e pela crença de que o conhecimento era imutável e transmissível", segundo Cecília.

Nas aulas tradicionais, os conhecimentos são concebidos como verdades não sujeitas a variações nem à dependência de contextos, diferentemente de pedagogias mais modernas, em que o estudante deve "construir o conhecimento" e não simplesmente absorvê-lo.

Avaliação: A forma de promoção é a avaliação, que mede a quantidade de conhecimento que foi memorizada. Quem não alcança a pontuação mínima é reprovado e deve cursar a mesma série novamente.

Muitas características do ensino tradicional estão presentes no Brasil e no mundo "já que a própria formação de professores ainda é extremamente tradicional".



quarta-feira, 7 de setembro de 2011

FILOSOFIA DA FILOSOFIA

FILOSOFIA DA FILOSOFIA

I – Significado da Filosofia

     Filosofia é um corpo de conhecimento, constituído a partir de um esforço que o ser humano vem fazendo de compreender o seu mundo e dar-lhe um sentido, um significado compreensivo. Corpo de conhecimentos, em filosofia, significa um conjunto coerente e organizado de entendimentos sobre a realidade. Conhecimentos estes que expressam o entendimento que se tem do mundo a partir de desejos, anseios e aspirações. Assim podemos dizer que a filosofia cria o ideário que norteia a vida humana em todos os seus momentos e em todos os seus processos.
     Neste sentido, a filosofia é uma força, é o sustentáculo de um modo de agir. É uma arma na luta pela emancipação humana. 
    Em síntese, a filosofia é uma forma de conhecimento que interpretando o mundo, cria uma concepção coerente e sistêmica que possibilita uma forma de ação efetiva. Esta forma de compreender o mundo tanto é condicionada pelo meio histórico como também é seu condicionante. Ao mesmo tempo é uma interpretação do mundo, é uma força de ação.
II – Aplicações da Filosofia da Educação

     A educação dentro de uma sociedade não se manifesta como um fim em si mesmo, mas sim como um instrumento de manutenção ou transformação social. Assim sendo, ela necessita de pressupostos, de conceitos que fundamentem e orientem os seus caminhos.
     A filosofia fornece à educação uma reflexão sobre a sociedade na qual está situada, sobre o educando, o educador e para onde esses sujeitos podem caminhar.
     O educando, quem é, o que deve ser, qual o seu papel no mundo; o educador, quem é, qual o seu papel no mundo; a sociedade, o que é, o que pretende; qual deve ser a finalidade da ação pedagógica. Esses são alguns problemas que exigem a reflexão filosófica.
     A filosofia propõe questionar, a interpretação do mundo que temos, procura buscar novos sentidos e novas interpretações de acordo com os novos anseios que possam ser detectados no seio da vida humana.
III – Educação como Transformação da Sociedade

     Não há uma pedagogia que esteja isenta de pressupostos filosóficos. É possível compreender a educação dentro da sociedade, com seus determinantes e condicionantes, mas com a possibilidade de trabalhar pela sua democratização.
     Para tanto, importa interpretar a educação como uma instância dialética, que serve a um projeto, a um modelo, a um ideal de sociedade. Ela trabalha para realizar esse projeto na prática. Assim, se o projeto for conservador, medeia a conservação, contudo se o projeto for transformador, medeia a transformação; se o projeto for autoritário, medeia a realização do autoritarismo; se o projeto for democrático, medeia a realização da democracia.
     Do ponto de vista prático trata-se de retomar vigorosamente a luta contra a seletividade, a discriminação e o rebaixamento do ensino das camadas populares. Lutar contra a marginalidade, através da escola, significa engajar-se no esforço para garantir aos sujeitos um ensino da melhor qualidade possível nas condições históricas atuais. O papel de uma teoria crítica da educação é dar subsídio concreto a essa bandeira de luta, de modo a evitar que ela seja apropriada e articulada com os interesses dominantes?(in Saviani)
     A educação como transformadora da sociedade recusa-se tanto ao otimismo ilusório, quanto ao pessimismo imobilizador. Por isso, propõe-se compreender a educação dentro dos seus condicionantes e agir estrategicamente para a sua formação. Propõe-se desvendar e utilizar das próprias contradições da sociedade, para trabalhar criticamente pela sua transformação.
  
      Quando não pensamos, somos pensados e dirigidos por outros.